sexta-feira, 5 de junho de 2009

As Aranhas e a Arte de Recomeçar


Uma das coisas mais atraentes do espiritismo é que é possível percebê-lo e vivenciá-lo durante o dia-a-dia, independente da sua área de atuação. Há um tempo atrás me deparei com um texto muito rico e interessante sobre aranhas que subsidiou diversas reflexões.

Acostumado a viajar para fazenda nas férias de verão, coisas fantásticas como buracos de cobra e teias de aranha passaram despercebidas ao meu olhar. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir naquele texto que as aranhas tecem suas teias todos os dias e estas são sempre iguais. Daí vinha a impressão de que era sempre a mesma teia. Na medida em que reativava minhas experiências com os aracnídeos, quase desencarnei ao ler que ao compor a teia a aranha segue sempre os mesmos passos, como um robô programado para isso. Enquanto digeria essa informação pude prever a minha próxima experiência de quase morte ao verificar que se a aranha for interrompida durante a execução de um desses passos, ela começará todo o processo novamente. Ainda aturdido sobre essa nova realidade pude verificar que a informação sobre o modelo da teia e os passos para a construção desta estão contidas no código genético das aranhas. A comprovação veio com a experiência de isolar as aranhas desde o nascimento para evitar que tivessem a oportunidade de aprender a tecer. O resultado foi que mesmo isoladas, as aranhas são capazes de fazer a mesma teia que a mãe e seguindo os mesmos passos.

Mas qual a relação de tudo isso com esse blog, o E-Luminar Espírita?

Ao ler esse texto fui tomado por profunda reflexão sobre a dependência do ser humano em relação aos pais enquanto outros seres, como as aranhas, são capazes de andar, tecer teias e sobreviver (sozinhas) logo depois do nascimento. O homem nasce frágil, dependente e ignorante (ou desmemoriado!). Seu saber é fruto do despertar de suas faculdades intelectuais que são diretamente influenciadas pela assimilação intensa de modelos dos pais(principalmente), da família e dos amigos.

Entretanto, o que aparentemente parece uma fraqueza, é, talvez, o diferencial competitivo que permitiu a evolução do ser humano. A sabedoria divina permitiu que o ser humano encarnasse com o “HD” limpo para que fosse capaz de aprender novos modelos. Essa oportunidade permite o homem a evoluir materialmente na medida em que pode aprender qualquer coisa desde que tenha um modelo para ser copiado e aperfeiçoado. Da mesma forma, o homem também pode evoluir moralmente na medida em que o esquecimento do passado e a inibição temporária de suas faculdades permitem que novos modelos de pensamento sejam vivenciados. Assim ocorre a regeneração moral dos indivíduos através da pluralidade das existências.

Enfim, o convite é que sejamos cada vez mais “humanos” permitindo que a capacidade de aprender coisas novas esteja sempre ativa até o dia do nosso desencarne. Afinal, a síndrome de Gabriela (“eu nasci assim, vou morrer assim”) é uma das grandes causas de sofrimento do homem. Concluo com uma frase que gosto muito cuja autoria é atribuída a Chico Xavier “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, todos podem começar agora e fazer um novo fim.”

2 comentários:

  1. Querido,

    Gostei das informações sobre as aranhas e mais ainda de suas reflexões!!!

    Uma viagem... mas uma viagem muito boa!

    Cheirinhos! :)
    Priscila

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